LENDAS E MISTÉRIOS NA VIDA DE PEDRO, UM HOMEM COMUM
Num dia de Domingo
saiu Pedro a passear
para ouvir alguém cantar
sob os raios de luar.
Mas enrolou-se numa teia
e admirando a lua cheia
afogou-se em alto-mar.
Num dia de festejos
saiu Pedro a bailar,
as moças adular
e deixar-se enfeitiçar.
Mas atiçado por um cheiro
esqueceu o mundo inteiro
e parou de respirar.
Num dia de oração
saiu Pedro a rezar.
Começou a conversar
com a estátua sobre o altar.
Mas brincando com a santa
foi sugado por sua manta
e faltou-lhe todo o ar.
Num dia ensolarado
saiu Pedro a se banhar
pelas vãs águas nadar
e à brisa se secar.
Mas vendo tudo tão perfeito
resolveu olhar direito,
E disse: “As ondas vão chegar,
os monges lamentar,
a viúva vai chorar
e a menina soluçar.
Para poder escapar,
asas brancas vou criar
e por aí irei voar”.
© 2005
2 comments:
Num dia de descanso
Saiu Pedro a declamar
E as palavras saborear
Agradando o paladar.
Mas a gula mascarava
Que o erre que degustava
Viria a lhe engasgar.
Delicioso poema como os mistérios de Pedro!
Mas de que valeria um fim sem antes ter vivido tropeços, lampejos, perdas e conquistas?
Tantos fins teve Pedro como todos os têm. A diferença é o que acontece entre o nascer e o morrer.
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